Chega pra roda, mulher
Tambô que tá te chamando,
Chega pra roda mulher."
A primeira dança nordestina que especificarei neste blog será o TAMBOR DE CRIOULA , proveniente do Maranhão. É sem dúvida uma dança que veio no bojo da escravidão negro-africana e não tem nenhuma conotação ritual. É um simples batuque, caracterizado pela umbigada que entre nós tem a designação de punga. A umbigada, sabe-se, é uma constante em inúmeras outras danças de origem africana.
É uma dança de umbigada de origem negra, tocada por homens em três tambores (tambor grande, meião e crivador) construídos em troncos de árvores com pele de animais (boi, carneiro ou veado) cravada em sua boca.
No desenrolar da dança, as mulheres costumavam seduzir com olhares e movimentos da cintura e escolher seus parceiros. Sendo assim é considerada uma dança de sedução.
O tambor de crioula é sobretudo uma dança de divertimento, mas costuma ser realizada em homenagem a São Benedito, padroeiro dos negros do Maranhão:
"Meu São Benedito,
meu santo de preto,
que bebe cachaça
e ronca no peito."
É uma manifestação que só existe no estado do Maranhão, mas que aos poucos vem se tornando conhecido e difundido pelo Brasil inteiro. E em junho deste ano aconteceu o tombamento e reconhecimento da manifestação do Tambor de Crioula como patrimônio imaterial do Brasil.